segunda-feira, 17 de maio de 2010

Preso desde domingo, padre Silvio Andrei é solto

O padre Silvio Andrei Rodrigues foi solto pela Justiça na tarde desta segunda-feira (17). Ele foi preso em Ibiporã (PR) e levado para o Centro de Ressocialização de Londrina (PR), no domingo (16). O juiz Sérgio Aziz Neme concedeu liberdade provisória ao religioso, sem necessidade de pagamento de fiança. O padre foi indiciado, de acordo com a Polícia Civil, sob a suspeita de corrupção ativa, embriaguez ao volante e ato obsceno. O novo advogado dele, Walter Barbosa Bittar, nega todas as acusações.
Bittar disse que o padre Rodrigues deixou a prisão, às 15h30, acompanhado do padre Júlio Akamine, reitor Provincial da Sociedade do Apostolado Católico, mais conhecida como Congregação dos Padres Palotinos, de São Paulo. "Não sei informar se ele permanecerá no Paraná ou voltará para São Paulo. Acredito que ele vá descansar e se alimentar, o que não fez desde a prisão", afirmou o advogado.

Saiba mais

Até o começo da tarde desta segunda-feira, o padre foi defendido pelo advogado José Adalberto Almeida Cunha. O defensor negou as suspeitas de corrupção e de ato obsceno. "Ele realizou um casamento na noite de sábado (15) e tomou, me parece, duas taças de vinho durante a celebração. O detalhe é que o padre toma medicamentos para depressão e isso o teria deixado um pouco alterado", disse o primeiro advogado constituído.
Bittar contesta a versão apresentada pelos policiais militares que prenderam o padre. "Não é possível entender quais são as acusações. Há incompatibilidade dos autos com as declarações dos policiais. Questiono o que foi declarado pelos policiais."
O delegado Marcos Belinati, que vai presidir o inquérito do caso, disse que não foram realizados exames clínico e de bafômetro para comprovar a embriaguez do religioso. Ele pretende encerrar o caso em dez dias. "O padre não quis fazer o exame de dosagem alcoólica, mas isso não será necessário, pois temos relatos de testemunhas e do próprio padre, que confirmam que o ele bebeu vinho."

Versão dos policiais

O tenente Marcelo Barros, comandante do 2º Pelotão da Polícia Militar de Ibiporã, descreveu a forma como teria ocorrido a prisão do padre. "Uma equipe de três policiais, o sargento Messias e os soldados Roney e Edson abordaram o padre, por volta da 1h de domingo. Segundo relato dos três, o religioso não teria identificado que se tratavam de policiais. Todos estavam fardados."
O comandante disse ainda que o padre teria oferecido dinheiro aos policiais. "Ele ficou assustado com a posição dele, como padre, e da possível exposição que o caso poderia tomar. Em seguida, ele ofereceu uma quantia em dinheiro aos três, que não sei informar o valor", afirmou Barros.
O tenente disse ainda que o relato dos policiais sobre a prisão do padre indicam como o religioso estava vestido na madrugada de domingo. "Ele estava com uma camisa parcialmente abotoada e sem nada por baixo. Ele estava sem a batina, que foi encontrada no banco de trás do carro dele, e sem cueca. Não sei se ele usava meias. Os três policiais ainda não identificaram vestígios de vômito da batina, como alegou o advogado do padre."

Atuação do padre em São Paulo

Segundo a Arquidiocese de São Paulo, o padre Silvio celebraria uma missa na Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, na Aclimação, na Zona Sul de São Paulo, às 19h20 desta segunda-feira. No lugar dele, o padre José Donizete Coelho será responsável pela cerimônia religiosa. Coelho também foi delegado por dom Tarcício Scaramussa, bispo responsável pela Região Sé, para acompanhar o caso envolvendo o religioso preso no Paraná.

Nota da Arquidiocese

A Arquidiocese de São Paulo, em nota, informou que recebeu com perplexidade as notícias amplamente divulgadas sobre a prisão do padre Silvio Andrei Rodrigues, em Ibiporã (PR), e sobre as acusações a ele imputadas. Segundo o documento, o padre Silvio é sacerdote da Sociedade do Apostolado Católico, mais conhecida como Congregação dos Padres Palotinos.
Ainda de acordo com a nota, a Arquidiocese de São Paulo deseja que os fatos sejam plenamente esclarecidos, antes de se pronunciar sobre as notícias divulgadas, ou de tomar as providências cabíveis, segundo sua competência. Em sintonia com a Congregação dos Padres Palotinos, a Arquidiocese de São Paulo deseja que sejam assegurados ao padre Silvio os direitos previstos pela Lei, e que sejam evitados o julgamento e a condenação antecipados, sem ainda terem sido elucidados devidamente os fatos e sem que a justiça se tenha pronunciado sobre eventuais delitos.

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