quarta-feira, 12 de maio de 2010

Convocado, Ibiporanense Kleberson chora ao ver pela televisão seu nome na lista de Dunga


Há rumores de Adriano ter “desabado em prantos” quando Dunga divulgou a lista com os 23 jogadores para a Copa do Mundo e o seu nome não apareceu. Na verdade quem chorou, mas de alegria foi o volante Kleberson.
Afinal, o jogador do Flamengo acabou sendo chamado para a competição na África do Sul.
“Isso era um sonho. E poucas pessoas acreditavam que eu iria. Apenas eu mesmo, minha mulher e alguns parentes. Estava em casa com a minha mulher, no quarto assistindo televisão quando saiu o meu nome. Choramos todos juntos”, disse, emocionado.
Kleberson teve um problema com o Besikitas, da Turquia, e foi punido pela Fifa. O volante, desacreditado por muita gente, acertou com o Flamengo no ano seguinte, mas teve alguns problemas e acabou na reserva. Mas, no dia da convocação, parece ter tirado enorme peso das costas.
“Foi tudo muito difícil chegar, pois tive problema com a Fifa, mas nunca me desanimei. O Flamengo abriu as portas para mim e me deu a possibilidade de ir para mais uma Copa do Mundo. Isso, aos 30 anos, é muito difícil de acontecer”, lembrou.
Se não pareceu chateado, Kleberson disse ter sentido muito o fato de Adriano ter ficado fora da Copa do Mundo. O jogador elogiou o Imperador e o confortou quando chegou ao Ninho do Urubu. Entretanto, ressaltou que o mais importante neste momento é a partida desta quarta-feira, contra o Universidade do Chile, pela Copa Libertadores.
“Não tem muito o que falar agora, mas o Adriano é um excelente jogador. Falei com ele rapidamente e lhe dei um abraço. Mas agora temos o jogo da Libertadores e é nisso que precisamos pensar. Adriano fará uma boa partida por ser um cara experiente. Ter ficado fora não vai interferir em nada na sua carreira”, encerrou.
O Ibiporaense Kleberson iniciou sua carreira no PSTC, clube da cidade de Londrina e, em seguida, passou às categorias de base do Atlético Paranaense.
Sua estreia no time principal do Atlético aconteceu em 1999, um ano depois de sua chegada no clube. Participou das conquistas dos Paranaenses de 2000, 2001 e 2002 (Supercampeonato), além do título inédito no Campeonato Brasileiro de 2001. Atuou como lateral direito, volante, meio-campista e, até mesmo, atacante móvel, recebendo a Bola de Prata da “Revista Placar”, como um dos melhores meias do campeonato.
Suas destacadas atuações no Atlético o levaram à Seleção Brasileira, no ano seguinte, a tempo de ser incluído entre os vinte e três convocados por Luiz Felipe Scolari para a Copa do Mundo de 2002. Inicialmente, na reserva, o jovem ganhou espaço nas fases decisivas, principalmente após fazer a jogada do segundo gol brasileiro nas oitavas-de-final, na dura partida contra a Bélgica. Kléberson voltou a se destacar na final: além de novamente ter feito a jogada do segundo gol brasileiro, ele quase abriu o placar no primeiro tempo, arriscando um chute de fora da área que venceu Oliver Kahn, mas bateu no travessão.
O ambiente com jogadores consagrados e enriquecidos no futebol europeu mexeu com ele, que, como todo o time atleticano, não repetiu o mesmo desempenho no Campeonato Brasileiro de 2002, sequer classificando-se entre os oito primeiros. O projeto do time em vendê-lo o mais rápido possível por 15 milhões de dólares após a Copa fracassou; o futebol europeu estava em retração financeira e nenhum clube se dispôs a pagar a quantia desejada pelo Atlético; para piorar, eventuais negociações foram atrapalhadas por empresários que tentaram atravessá-las, bem como desacordos entre o Atlético e o PSTC, que detinha 50% do passe de Kléberson. Tudo isso influenciou em sua queda de rendimento, o que provocou desgastes com diretoria e torcida.

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